A FOME E O SEXO (erotismo, agressividade e pobreza)
Egon Schiele, um dos expoentes máximos do expressionismo austríaco, nasceu em Junho de 1890 na estação de combóios de Tulln.
No início do século XX o número de prostitutas em Viena era o maior per
capita de todas as cidades da Europa. Não é coincidência ter sido nesta
cidade que surgiu um pintor são sexual e controverso como Egon Schiele.
No entanto, à medida que atingia uma idade mais madura, os seus temas foram-se tornando menos convencionais e a sua técnica mais ligada ao desenho e à aguarela. Dois anos após ter entrado na academia, abandonou-a para criar o Grupo de Arte Nova (Neukunstgruppe). A arte mais tradicional não lhe interessava e, em Dezembro do mesmo ano, o grupo organizou a sua primeira exposição, onde os corpos distorcidos de Schiele já estavam bem presentes.
Nos anos seguintes, o pintor austríaco desenvolveu a sua linha original. A pobreza e a piedade ligam-se nos seus desenhos de linhas abruptas e formas intensas que acentuam o carácter erótico das personagens. A sexualidade e a homossexualidade estão sempre presentes e funcionam muitas vezes como uma forma de oposição à Igreja. Vemos mulheres nuas a beijarem-se em vários trabalhos e há um frade que acaricia uma freira.
As cores pálidas da decadência juntam-se aos tons vermelhos das zonas mais sensíveis do corpo. Fascinado pela devastação do sofrimento, Schiele escolhia como modelos mulheres magras de tipo andrógino e de classe baixa.
Muitas delas eram prostitutas. O pintor foca os órgãos sexuais das suas personagens, quer pela posição do corpo, quer pelas cores utilizadas, em quadros despidos de quase todos os elementos decorativos e na ausência de qualquer pano de fundo.
Também os seus auto-retratos expressam a forma como encarava a realidade. De olhos cavados, testa alta e com um corpo esquelético, Schiele mostra-se repulsivo para a posterioridade, quando aos seus contemporâneos se mostrava atraente e de aspecto elegante.
fonte: revista bula
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