quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

George Grosz

Berlin, 1893-1959
Tendo estudado desenho em Dresden e em Berlin, Grosz, pintor e desenhista, chamou atenção entre os anos de 1909 e 1917 para seus trabalhos satíricos contrários à guerra.  Entre 1918 e 1924, no tumulto que se seguiu  à Primeira Guerra Mundial, Grosz trabalhou fazendo cartazes dadaístas de propaganda. Pioneiro em fotomontagem, ele adaptou a técnica para pintura. Ele usou aquarela, caneta e tinta para destacar de forma brutal a sociedade do pós-guerra, mas particularmente infamantes são os desenhos de 1921, A face da classe dominante.

Lovesick, 1916

John the Sex Murderer, 1918

Homenagem a Oskar Panizza, 1917 
 
Quando Hitler se tornou chanceler da Alemanhã, em 1933, e George Grosz saiu imediatamente do país para o exílio, o resumo de tudo o que ele odiava na psique de muitos de seus compatriotas – militares, xenofobia e avidez por um poder dominador  - havia, finalmente, triunfado: os nazistas assumiram o poder. Os nazistas, por sua vez, o haviam rotulado de “bolchevista cultural número 1”, em parte porque, após se juntar ao partido comunista alemão em seu início, em 1918, ele atuou na militância política sob o pseudônimo de “propagandada” no dadísmo de Berlin, mas em especial porque sua arte havia , consistentemente, arrancado as máscaras da legitimidade do nazismo. Os pilares da sociedade é uma das pinturas mais persuasivas e abertamente políticas de Grosz. Algum tempo antes, ele enfocara os exploradores da guerra e seus aliados políticos, assim como aqueles que ficaram mutilados nos campos de batalha. Nesta obra estão os enganadores e corruptos formadores de opinião da Alemanha, que estavam levando o país em direção à guerra e aos conflitos civis. Grosz costumava fazer desenhos rápidos dos rostos das pessoas que o interessavam, e estes forneciam um rico material para seus retratos satíricos. Atrás dos “pilares”, ele pintou um edifício em chamas, com operários carregando pás, marchando para a esquerda, enquanto os soldados nazistas caminhavam para a direita. Na época, Grosz havia atingido um estilo gráfico que ultrapassava a mera caricatura para se tornar uma imagem satírica.
 
Os pilares da sociedade, 1926
 
Em 1924 aderiu à pintura a óleo e contribuiu muito para a tendência da Neue Sachlichkeit, terceira manifestação do Expressionismo Alemão – o termo quer dizer “nova objetividade”,  e representa o desejo de muitos artistas alemães do início da década de 1920 de olhar criticamente para a sociedade em que viviam e retratar a realidade de uma maneira objetiva e desapegada – assim sendo, seus temas refletiam a selvagem polarização política da sociedade alemã.

Caricatura do Poeta Max Herrmann Neisse, 1927

Em 1933, Grosz deixou a Alemanha e estabeleceu-se nos EUA e ensinou na Art Students Leangue de Nova York. Ele voltou à Alemanha em 1959, o ano de sua morte, sentindo que seu sonho americano não passara de uma “bolha de ar”.

Desempregados, 1934

Glad to Be Back, 1943


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